Debate, uma ferramenta potencialmente ineficaz para o convencimento alheio
A palavra debate vem do verbo latino debattuere, derivado de battuere, que exprime a ação de golpear repetida e energicamente mas sem matar. Uma disputa incisiva de ideias.
Uma ferramenta que parece muito mais útil para o ego do que para o convencimento.
Tópicos:
Debates assumem premissas falsas
Mude de opinião e seja envergonhada
Isso não é debate
Alternativa ao debate
Ampliar espaço de significado
Ferramentas para o dia-a-dia
Conclusão
Extra: Mark Zuckerberg conversando com Yuval Noah Harari sobre o desafio ao tentar mostrar evidências e acabar com fake news.
Debates assumem premissas falsas
Ou, de forma mais apropriada: debates geralmente assumem premissas costumeiramente falsas.
Mais do que afirmar o que é debate de forma definitiva e universal, me importo mais em abordar a interpretação de debate que leve em consideração boa parte dessas premissas abaixo.
— “Nossas crenças são baseadas em evidências”
Será?
O mais comum é recebermos uma informação, crermos e só depois buscarmos evidências, normalmente para apenas confirmar (viés de confirmação) e provar nosso ponto de vista. Isso quando resolvemos buscar algo que consideramos evidência.
“...as pessoas usam a razão para defender o que já acreditam, como um advogado faz - não para dizer a elas o que deveriam acreditar, como um juiz faz." - Social Science, Ideology, Culture, & History
Pause pra refletir.
Raramente buscamos evidências antes de criar uma crença, se é que é possível. E raramente buscamos evidências para desconfirmar nossas crenças posteriormente.
Muitas evidências que temos não são de primeira mão, e costumam ser uma lembrança compilada de informações que vimos de segunda, terceira ou mais mãos. Raramente nós mesmos realizamos uma pesquisa aprofundada utilizando mecanismos científicos.
E, quando fazemos, raramente fazemos para tentar desconfirmar o que cremos.
Muitas evidências que temos pessoalmente não são atualizadas. Muitos fatos conhecidos já foram sujeitos à revisão ou reversão ao longo do tempo. Poucas vezes tentamos rever as evidências que ainda utilizamos.
Mesmo pesquisas sérias, estudos controlados e com revisão por pares (peer review), podem sofrer vieses na coleta de dados, manipulação, interpretação e compartilhamento de resultado.
A ciência é um processo importante que nos permite avançarmos no conhecimento. Porém, nossas crenças e vieses costumam atrapalhar esse processo e nossa atualização de conhecimento. Nos fechamos em posições, nos agarramos em respostas e deixamos de lado as perguntas e novas respostas.
“A ciência é muitas vezes apresentada na forma do produto acabado — a resposta. Mas não lemos um romance apenas pelo seu final, e o fascínio da viagem não é o destino sozinho. Da mesma forma, o poder da ciência é seu processo, e o que impulsiona esse processo são perguntas, não respostas.” — Evan Nesterak
— “As pessoas mudam de opinião ao encararem novas evidências”
Se evidências não são o maior fundamento de nossas crenças, como acreditar que o simples ato de confrontar alguém com evidências convencerá alguém?
Há informações sendo lançadas aos ventos sobre diversos assuntos, que contribui para várias perspectivas. Até mesmo para linhas conflitantes. Cada lado considera a informação que obtém como evidência, quando o outro considera essa informação como inválida ou não acurada. Para piorar, no meio disso tudo, há dados falsos intencionalmente fabricados.
Raramente nos aprofundamos e pesquisamos para saber se o que recebemos são evidências válidas e suficientes.
Nos contentamos em buscar apenas evidências que se alinhem com o que já acreditamos.
Quando novas evidências confrontam nossas crenças, é comum reforçarmos ainda mais nossas crenças atuais e afastarmos o conflito. Especialmente se as evidências apresentadas atacam nossa identidade, valores sociais ou morais.
— “As pessoas mudam de opinião quando são expostas, humilhadas ou envergonhadas”
Dificilmente você verá mudanças a partir disso. Pelo contrário. Possivelmente criará um sentimento de vingança na outra pessoa.
— “As pessoas desejam saber sobre os fatos que eu tenho para tentarem mudar de opinião”
Não costumamos confirmar se a outra pessoa deseja saber sobre os fatos que temos para compartilhar. Mesmo que estejam em um debate estruturado, as pessoas costumam ir para convencer a outra pessoa e ganhar, não para aprender e também estarem abertas a mudarem de opinião.
Qualquer tentativa, sem convite ou desejo expresso da outra pessoa por suas evidências e em momento adequado, reforçará ainda mais as crenças dela e minimizará a possibilidade de mudanças.
— “Não tenho tempo para favorecer que a própria pessoa encontre respostas e evidências. Se eu as tenho, é melhor adiantar o processo e apresentar tudo que sei”
As pessoas dão mais valor e credibilidade às respostas que elas mesmas encontram. Às evidências que elas mesmas descobrem. Às narrativas que elas mesmas constroem.
Podemos favorecer esse processo pessoal, sendo mais colaborativos e oferecendo apoio.
Mas forçar que as pessoas pulem esse processo e aceitem nossas respostas prontas, tende a criar obstáculos a mudanças.
— “As pessoas ainda não conhecem as evidências que irei apresentar”
O que nem sempre é verdade. Elas podem já conhecer e ter até formado argumentos contrários já articulados.
— “Minhas crenças são menos enviesadas pois sou mais inteligente e tenho maior habilidade para lidar com números”
Ser mais inteligente ou mais hábil com números pode amplificar vieses. Você pode ter mais habilidade em construir uma narrativa que apoie suas crenças, racionalizando e enquadrando os dados para se adequar ao seu argumento ou ponto de vista.
— “Há apenas uma resposta certa e eu a tenho”
Assumimos que há uma resposta certa e em geral somos nós mesmos os portadores dela. O que nos resta é convencer a outra pessoa e salvá-la da ignorância.
Porém, a verdade não é absoluta e não está completamente na mão de uma pessoa. Muito do que cremos é passível de questionamento e revisão de acordo com o conhecimento e moral da época.
Pode ser que o que estamos pregando seja, ou equivocado ou uma crença parcial com lacunas a preencher. Pode ser que somos nós que precisamos nos abrir e aprender.
Se nos concentrarmos apenas em vencer, podemos nos esquecer de aprender. De ser curiosos para refletir nossas posições continuamente.
Se nos convencemos que temos a verdade, de forma exclusiva e não precisamos mais dialogar, em algum momento pode ser que nós mesmos sejamos as pessoas teimosas e perigosas que tememos.
— “Vencer o debate é o que importa e é o suficiente”
Vencer um debate não significa muita coisa. Se as participantes saem mais confiantes de suas próprias crenças que foram atacadas e com desejo de vingança para vencer em outras oportunidades, podemos estar fazendo apenas um desserviço ao aprendizado coletivo.
— “Debate ensina a audiência”
As pessoas da audiência com opiniões mais moderadas ou sem opiniões formadas podem ter algum benefício do debate que está assistindo.
Descobrir outros pontos de vista e argumentos. Refletir sobre as linhas apresentadas e ter um primeiro contato com algumas delas.
Porém, mesmo essas pessoas também sofrerão os desafios das premissas listadas mais acima e aplicarão seus próprios vieses. Provavelmente começarão a torcer por uma determinada pessoa ou linha de defesa, em detrimento das outras.
Como em um jogo competitivo de algum esporte. Você começa a assistir sem ter uma pessoa ou time preferido, mas no meio do jogo, quando você se percebe, já está torcendo para algum lado vencer e o outro perder.
Possivelmente vai torcer sob a influência das regras do jogo competitivo e de combate. Por isso, dificilmente vai sair querendo integrar perspectivas e torcer por mais de um sair vitorioso.
Vitória depende de quem assiste
É comum assistir a debates e ter conclusões diferentes sobre quem venceu, dependendo de quem você estava torcendo. Ou melhor, dependendo de qual pessoa tinha uma crença mais similar à sua.
E outras tantas premissas
— “Só é possível sair uma vencedora da disputa”.
— “É necessário defender uma posição até o fim”.
— “A melhor forma de convencer alguém é provar de forma combativa, encontrando falhas na argumentação alheia e contra-argumentando, para mostrar que está errada”. Em geral, ambos os lados só querem apresentar argumentos que vencem ou neutralizem os dos oponente.
Mude de opinião e seja envergonhada
Debates não costumam criar uma saída segura para acolher respeitosamente quem experencia mudanças de perspectiva. Isso evita que pessoas desejem se apresentar vulneráveis, reflexivas ou flertar com mudanças.
Elas vão para um debate pensando em atacar e defender. Não estão ali para construir algo colaborativamente.
Elas não querem sair de um debate parecendo idiotas, ignorantes ou perdedoras. Serem pegas de surpresa e se perceberem sob holofotes de vergonha ao mudar de lado. Ou se perceberem como alguém que demorou a perceber algo tão “óbvio”. Alguém que escolheu um lado errado por tanto tempo e possivelmente trouxe prejuízo para si ou outras pessoas.
Elas não querem ouvir: “você perdeu”, “eu te avisei”, “eu te falei tantas vezes”, “demorou a entender hein” ou “até que enfim”.
Elas precisam se sentir seguras e acolhidas. Elas precisam saber que todos nós somos ignorantes em muitos aspectos e estamos juntos tentando encontrar melhores interpretações do mundo, colaborativamente.
Elas querem saber que você e eu também estamos refletindo, questionando nossas crenças e flexíveis para potenciais mudanças de opiniões.
Isso não é debate
Se ao ler esse texto você conclui que isso não é o verdadeiro debate, e que o debate que conhece possui outras premissas e outros resultados, então talvez estejamos enxergando esse conceito e ferramenta sob perspectivas ou contextos diferentes.
E para falarmos sobre essas diferenças, aprendermos e integrarmos perspectivas, eu não sugeriria um debate entre nós.
Minha proposta seria um diálogo. Para entendermos de onde partimos, como os conceitos são usados por nós e por outros, e o que afinal estamos desejando dizer.
Se julga que minha interpretação está equivocada e a sua está correta, não precisamos convencer à força e nem alguém sair vitorioso. Podemos conversar.
[…] as pessoas tendem a se chocar ao nível das posições e não dos interesses. Nossas posições são o que dizemos que queremos, e nossos interesses são o motivo pelo qual queremos eles.
Muitas vezes, nossas posições são antagônicas, mas nossos interesses se alinham.
[…] evitemos nos perguntar qual de nós está certo e, em vez disso, perguntemos por que vemos as coisas de maneira diferente.
— Misha Glouberman, especialista em comunicação no livro “Como as mentes mudam: a surpreendente ciência da crença, opinião e persuasão”
Alternativa ao debate, diálogo
O diálogo, como propus acima, é uma ferramenta que acredito ser mais eficaz para influenciar reflexão, aprendizado e permitir revisão de crenças e opiniões.
Conseguimos derivar alguns significados estudando a etimologia da palavra.
Um dos significados que gosto de usar é “levar o sentido de um lado a outro” ou “atravessar o sentido”.
Cada pedaço da palavra pode variar o sentido de acordo com sua função — preposição, advérbio ou prefixo — e do que é utilizado em conjunto como sufixo.
No caso de diálogo, assim interpreto:
διά (diá): atravessar algo por inteiro (“diâmetro”, por exemplo, é a linha que atravessa completamente um círculo); de um lado ao outro; através de; um com o outro.
λόγος (lógos): palavra, narrativa, significado, sentido, razão.
Ele é um convite colaborativo. Não uma batalha com apenas um vencedor.
Não há objetivo de vencer. A intenção está em entender o que é dito. Criar sentido ao que é compartilhado.
As pessoas não precisam concordar e ter as mesmas crenças para isso.
E, assim, dependendo das mentes onde essas sementes de sentido sejam lançadas e de como serão voluntariamente regadas, elas podem causar reflexão, germinarem e despertar mudanças genuínas.
“…para além do que pensamos talvez tenhamos mais em comum com aqueles que pensam diferente mas estão dispostos a conversar do que com aqueles que partilham das nossas opiniões, mas são intolerantes”. — Guadalupe Nogués
Ampliar espaço de significado
Uma outra forma de entender é observar esses dois pontos:
A maneira mais fácil de torná-los mais próximos talvez não seja movendo a posição de um ponto para o outro nessa linha. Mas aumentando a dimensão e tornando-a mais complexa.
Na imagem abaixo, apesar da distância na linha não ter mudado, os pontos agora estão no mesmo lado de um retângulo e em termos dimensionais, mais próximos.
Ou seja, quando ampliamos o espaço de compreensão e significados, podemos nos aproximar nessa nova dimensão e criar outras alternativas de nos mover em nossas crenças. Sem necessariamente desejarmos que a posição da outra pessoa se iguale a nossa.
Essa analogia eu peguei emprestado da apresentação do Beau Lotto numa apresentação que fez na Google sobre seu livro Deviate. Em português, o livro se chama Golpe de vista: Como a ciência pode nos ajudar a ver o mundo de outra forma.
Se desejar você pode assistir o vídeo no link a partir do minuto 55 para ver a explicação da analogia. Porém, recomendo o vídeo inteiro para perceber o quanto nossas premissas alteram e moldam nossa percepção da realidade. E como os fatos por si não dizem nada ao nosso cérebro sem contexto.
Ferramentas para o dia-a-dia
Dentro de um simples diálogo existem inúmeras micro ferramentas como:
Escuta ativa e espelhamento — reflexões simples ou complexas do que foi falado.
Se conectar e se relacionar genuinamente.
Confirmação do que entendeu do que foi falado.
Confirmação sobre o que expressou e se conseguiu transmitir o que desejava.
Perguntas curiosas e desejo de aprendizado.
Ferramentas mais avançadas
Há ainda diversas outras micro ferramentas mais avançadas, como:
Encontrar pontos de comum acordo.
É possível que por trás dos rótulos, dentro do mesmo tópico, você e as outras pessoas tenham vários pontos em comum ou algumas motivações semelhantes. E, mesmo quando não encontram, é muito provável que possuam muitos pontos em comum em outras inúmeras questões de vida. Afinal também são humanos.
Confirmar se as outras pessoas permitem e desejam explorarmos suas crenças com perguntas desconfirmatórias respeitosas.
Confirmar uma investigação conjunta por evidências das várias
perspectivas apresentadas.Comunicar crenças diferentes e descobrir as motivações e linha
de raciocínio de cada uma.
Tente re-expressar a posição da outra pessoa de forma tão clara, vívida e justa ao ponto que o seu alvo diga: “Obrigado, eu gostaria de ter pensado e expressado dessa maneira.”
Liste todos os pontos em comum acordo (especialmente se eles não forem assuntos de acordo geral ou generalizado).
Mencione qualquer coisa que você tenha aprendido com o seu alvo.
Só então é permitido dizer uma palavra de refutação ou crítica.
E, se tiver interesse em saber sobre ferramentas e teorias mais avançadas, consulte: Motivational Interview, Street Epistemology e Deep Canvassing.
Leitura recomendada sobre o perigo de oferecer conselhos e uma forma de aconselhar:
Conclusão
Por todos os pontos mencionados no texto, e outros mais, não sou fã de debates e não considero eficaz quanto alguns tentam pregar.
Debates costumam ser meras armadilhas de vieses e egos. E eu sou uma das pessoas que facilmente sou pego nessa armadilha se não estiver atento.
E aqui desejo confessar. Já acreditei nessa ferramenta e usei-a por anos. Participei de debates estruturados, moderados e assíncronos em fóruns de internet. Onde as pessoas tinham tempo de processar, esfriar a cabeça, estudar e responder. Coisas raras de se ver em debates presenciais.
Várias das pessoas participantes pareciam ser estudiosas e treinadas em debate. Talvez pelo tempo de exposição nos fóruns e experiência adquirida.
E mesmo nesses debates que participei por um bom tempo, não me recordo facilmente de alguém apresentando mudanças de crenças. Me recordo de ânimos exaltados, chegando a argumentos contra a pessoa, em vez do argumento. Conhecido também como argumentum ad hominem.
Me recordo de desvio de tópicos quando não se tinha respostas. Me recordo de tópicos parecerem terminar por cansaço. Debates longos. Argumentos enormes. Repetição de argumentos.
Um dos fóruns era de estudos religiosos, numa época longínqua quando eu tinha alguma crença em divindades. As participantes eram de religiões diversas. E o outro era um fórum cético, para debater sobre assuntos de vida. No qual participei há muitos anos atrás.
Até consigo acreditar que algumas participantes de debates podem ser influenciadas pelas outras perspectivas e podem perceber mudanças microscópicas em ritmo de eras glaciais. Diferente disso, eu consideraria uma exceção.
E por esse contexto, considero ineficaz quando se pretende influenciar e causar mudanças. E também ao se comparar a outras formas que podem influenciar, criar conexão, permitir enxergar através de outras lentes e aprender.
Raramente veremos alguém saindo de um debate mais propensa a mudança de perspectiva do que consolidando e reforçando suas crenças iniciais.
Potencialmente usarão os argumentos oferecidos pela oponente para treinar melhores contra-argumentos. E ao conseguir criar essa linha de raciocínio posterior, uma pessoa terá ainda mais impressão de que sua crença está correta.
Cuidado
Pesquise você mesmo por evidências que (des)confirmem o que foi dito até aqui.
Apesar de falar isso, possivelmente você desacreditará ou acreditará no que foi falado dependendo da sua inclinação de crença atual, do quanto simpatizou com a estrutura do texto, com a linguagem, com o quanto simpatiza comigo e diversas outras variáveis.
E sem realizar qualquer outra pesquisa aprofundada ou experimentos.
Extra
Mark Zuckerberg conversando com Yuval Noah Harari sobre o desafio ao tentar mostrar evidências e acabar com fake news. Começa em 1h29m50s.
Trecho abaixo — Mark Zuckerberg falando:
Ao contrário, Eu acho que as pessoas realmente não gostam e são muito desconfiadas quando elas sentem que estão sendo informadas sobre o que fazer, ou apenas tem uma única opção.
Uma das grandes questões que nós estudamos é “Como lidamos quando há uma fraude ou desinformação clara?”
E a coisa mais óbvia que parece que você faria intuitivamente,
é dizer às pessoas “Ei, isso parece estar errado. Aqui está o outro ponto de vista que está certo.”
Ou pelo menos se é algo polarizado, mesmo que não esteja claro o que
está errado e o que está certo, aqui está o outro ponto de vista em qualquer questão.
E isso realmente não funciona.
O que acaba acontecendo é que se você disser às pessoas que algo é falso, mas elas acreditam, então acabam não confiando em você.
Então isso acaba não funcionando.
Se você enquadrar duas coisas como opostos …
Se você disser: “ok, você é uma pessoa que não acredita, e está vendo conteúdo sobre não acreditar na mudança climática”.
“Então eu vou te mostrar a outra perspectiva”.
“Aqui está algo que argumenta que a mudança climática é real.”
Isso na verdade apenas fortalece ainda mais porque alguém está
tentando controlar e …
Então, o que acaba funcionando sociologicamente e psicologicamente, a coisa que acaba sendo efetiva é dar às pessoas uma gama de escolhas.
Então, se você mostrar, não, “Aqui está a outra opinião” com um julgamento sobre o conteúdo com o qual uma pessoa está envolvida, mas você mostra uma série de artigos relacionados, conteúdo relacionado, então as pessoas podem trabalhar por si mesmas, “Ei, aqui está o leque de opiniões diferentes”. “Ou coisas que existem neste tópico”.
“E, talvez eu me incline em uma direção ou outra, mas eu vou trabalhar por mim mesmo onde eu quero estar.”
A maioria das pessoas não escolhe a coisa mais extrema. Elas acabam se sentindo informadas e que podem tomar uma boa decisão.
Então, no final do dia, acho que essa é a arquitetura, e a responsabilidade que temos é garantir que o trabalho que estamos fazendo dá às pessoas mais escolhas, que não uma opinião única que pode dominar o pensamento de alguém, mas onde você pode se conectar a centenas de amigos diferentes e mesmo que a maioria de seus amigos compartilhe
sua religião ou sua ideologia política, você provavelmente terá 5 ou 10% de amigos que vêm de um fundo diferente que têm ideias diferentes e pelo menos isso é bom, então você está obtendo uma ampla gama de visões.
Então eu acho que essas são perguntas realmente importantes e não é como se houvesse uma resposta que vai resolver completamente
de uma forma ou de outra.
Nossos conselhos não são tão importantes como pensamos
[esse texto foi publicado originalmente em 19/agosto/2017 em meu blog anterior] Se pararmos para observar o quão normal é a falta de escuta que temos uns com os outros, ficaremos horrorizados. Falo de uma escuta ativa, quando praticamos empatia e buscamos en…