"Só-tenta tons de cinza" - Do caos colorido à serenidade monocromática
Sabe quando você tá de boa lendo um livro, e o mundo parece desaparecer?
Algo como isso aconteceu desde a época que iniciei o experimento de configurar meu smartphone e notebook para tons de cinza.
Tudo ficou mais... tranquilo.
A gente vive num mundo que grita por nossa atenção. Cores vibrantes, notificações piscando, vídeos pipocando... é um caos.
E no meio disso tudo, a gente tenta ser focado, criativo, produtivo. É como tentar meditar num show de rock.
Mas e se fosse possível silenciar um pouco esse barulho?
Foi isso que fiz. E vou te falar, que diferença.
As distrações e agitação diminuíram bruscamente.
De repente, consegui me concentrar mais. Textos, vídeos, fotos... tudo em tons de cinza. E não, não tenho sentido falta das cores.
Na verdade, quando volto pras telas coloridas, é como se alguém tivesse ligado o som no último volume. Colocado farol alto na minha cara. Cansativo. Difícil de lidar.
Sei que isso pode parecer estranho. Afinal, a gente cresce achando que cores vibrantes são sinônimo de vida, de alegria.
Mas quando tudo se torna assim na maior parte do nosso dia, é difícil perceber a beleza na simplicidade, na quietude.
No mundo digital, tudo é amplificado, exagerado. Cores saturadas, contrastes extremos... Nosso cérebro fica em constante estado de alerta, pulando de um estímulo para outro. E, pior, pode acabar anestesiando nossos sentidos. Ficamos incapazes de apreciar a beleza sutil do mundo físico.
A parte boa é que com esse experimento percebi ser possível abrir ainda mais espaço para apreciar a poesia do cotidiano.
Não tô dizendo que todo mundo deveria fazer esse experimento. Cada um tem seu jeito de ser. E tem seu próprio contexto de vida.
Mas pra mim, essa experiência tem sido muito gratificante.